Toda família tem muitas histórias. Algumas delas registradas em fotos ou cartas, outras apenas na memória de quem viveu. E é justamente dessas histórias de família que vamos falar hoje.
Preparem-se para uma viagem no tempo!
Histórias de família e identidade
Primeiramente, já pararam para pensar no quanto as histórias de família são responsáveis por formar a compreensão de nossa identidade? Pois é. Quando buscamos descrever quem somos, geralmente essa descrição passa por essa história.
O que vivemos? O que nossos pais e avós viveram? De onde vieram? Que língua falavam? Todas essas respostas vão montando o quebra-cabeças da nossa história. E o resultado disso tudo é uma compreensão maior de quem somos.
Assim, com essa compreensão, conseguimos saber um pouco mais sobre o nosso papel nessa história de família, e também na história de nossa sociedade como um todo.
Relatos quotidianos de apagamento das histórias de família
Frequentemente ouvimos relatos de pessoas que conviveram por muitos anos com pais, avós e bisavós, sem conhecer um pouco mais sobre a história da família.
Muitas vezes até mesmo deixam de aprender línguas estrangeiras com esses antepassados! Que desperdício, não é mesmo?
Isso tudo contribui para que, aos poucos, a história da família vá se perdendo, se apagando. Isso porque ela mora, na maioria das vezes, apenas na memória daqueles que viveram essa história.
Além disso, manifestações culturais também acabam ficando esquecidas nesse processo de apagamento.
Ora, imaginem só: Seu antepassado estrangeiro deixou tudo o que conhecia para trás, seu país, sua cultura, seus amigos e até mesmo parte de sua família.
Ao chegar aqui no Brasil, iniciou uma nova vida, e tudo aquilo que ficou na memória foi se perdendo no tempo.
Triste, não? Mas não precisa ser. Foi um recomeço.
No entanto, quando as próximas gerações não se interessam por saber um pouco mais do que está na memória de seus familiares, essas histórias de família vão se perdendo.
Uma história de família na prática
Naturalmente, falando e estudando sobre as histórias de família, encontrei muito da minha própria história. Por isso, como exemplo do apagamento que comentei, trago aqui um relato curioso.
Ao passo que comecei a buscar a história da minha família, ouvi dizer que meu trisavô havia abandonado a casa dos pais e, pelo que se sabe, nunca mais voltou a ter contato com eles.
Como resultado da fuga, pouco se sabia sobre seu passado, uma vez que seus filhos e netos, ao que parece, não tiveram qualquer contato com a família “abandonada”.
Ocorre que, estranhamente, ninguém que conviveu com meu trisavô perguntou o que houve! E por essa razão, por muitos anos a história da família foi uma incógnita.
Por fim, muitos anos depois eu resolvi resgatar essa história, e acabei descobrindo uma infinidade de coisas que poderiam ter sido contadas por ele mesmo. E certamente, se assim fosse, teríamos muito mais detalhes.
Mas então, o que eu quero dizer com isso?
As histórias de família são vivas
Um erro muito comum de quem começa a pesquisar a genealogia de sua família é buscar apenas certidões, cartas e fotos.
Contudo, as histórias de família estão muito além dos papéis. Elas vivem na memória de quem as viveu.
Então, geralmente tirar uma tarde para conversar com seus avós ou bisavós sobre a história deles irá trazer elementos muito importantes para a compreensão da história de sua família.
Do contrário, toda a história que vive na memória deles irá embora um dia. E se não for passada, ela vai se apagando com o tempo.
Ainda, é importante que, além de resgatar essa história, você passe ela adiante para as próximas gerações. Afinal de contas, a história de sua família é a sua também.
Quanto mais elementos da história forem passados oralmente, mais viva ela irá permanecer.
Lembre-se: Os papéis são um pequeno recorte de um evento, que sem a memória relacionada não passam de uma fria formalidade.
Acesse também: Fórum cidadania portuguesa: o que é e como funciona
A cultura e as histórias de família
Na minha opinião, o resgate da cultura é a parte mais legal nesse processo de conhecer a história da família.
Com isso, vamos compreendendo muitos dos nossos gostos, das nossas crenças e das nossas características, tanto físicas, quanto psicológicas.
Assim, aos poucos, podemos ir reconhecendo e agregando aspectos culturais que foram perdidos no decorrer dos anos. Aspectos estes que muitas vezes ficaram esquecidos desde que o imigrante deixou seu país de origem.
Ademais, um ponto importante nesse resgate da cultura da família é a possibilidade de viajar e conhecer as cidades que viveram nossos antepassados. (O que recomendamos muito!)
E através dessas experiências, podemos tomar contato com um pouco da realidade dessa história, e nos conectarmos cada vez mais com ela.
Em resumo
A história oral é uma ferramenta fantástica para o resgate das histórias de família.
Não a subestime!
Pergunte e ouça com atenção. Esse tempo dedicado vai servir para eternizar essas memórias.
Além do mais, essas histórias podem ser muito úteis para a construção de sua Árvore Genealógica e para o reconhecimento de uma possível cidadania.
Aceita o desafio?